domingo, 12 de outubro de 2014

Perda de memória também pode ser depessão!

Muitas vezes nos assustamos quando um idoso começa a apresentar distúrbio de memória, apatia,mudança de comportamento, isolamento social, perda de peso, entre tantos outros sintomas. Logo vem a pergunta: será Alzheimer?
É uma preocupação justa e merece ida ao geriatra. Mas há um diagnóstico bem frequente e benigno, passível de tratamento e reversibilidade, a DEPRESSÃO.
Ela afeta cerca de 15% das pessoas acima de 65 anos, sendo que em 2% dos casos, pode ser grave. Já foi chamada de pseudodemência, pela similaridade de sinais com a demência real, sendo porém a remissão dos sintomas, o ponto crucial a diferenciar as duas patologias.
As pessoas com depressão geralmente possuem um início de doença bem demarcado, uma história familiar positiva, dificuldades psicológicas ou crise de vida recente, memória de longo prazo mais prejudicada, pouca percepção (pelo próprio idoso) de seu problema de memória e melhora importante com o tratamento.
O geriatra, além da história, possui tabelas e protocolos que ajudam na diferenciação. Na maioria das vezes, exames mais elaborados são desnecessários e o melhor de tudo: a reversão dos sintomas eo retorno às atividades é garantido pela terapêutica medicamentosa.

domingo, 14 de setembro de 2014

Idade Madura


As lições da infância

desaprendidas na idade madura.
Já não quero palavras, nem delas careço.
Tenho todos os elementos
Ao alcance do braço.
Todas as frutas
e consentimentos.
Nenhum desejo débil.
Nem mesmo sinto falta 
do que me completa e é quase sempre melancólico. 
Estou solto no mundo largo.
Lúcido cavalo
com substância de anjo
circula através de mim.
Sou varado pela noite, atravesso os lagos frios,
Absorvo epopéia e carne,
bebo tudo,
desfaço tudo,
torno a criar, a esquecer-me:
Durmo agora, recomeço ontem.

De longe, vieram chamar-me.

Havia fogo na mata.
Nada pude fazer, 
nem tinha vontade.
Toda a água que possuía 
irrigava jardins particulares
De atletas retirados, freiras surdas, funcionários demitidos.

Nisso, vieram os pássaros,

rubros sufocados, sem canto,
e pousaram a esmo.
Todos se transformaram em pedra.
Já não sinto piedade.

Antes de mim outros poetas,

depois de mim outros e outros
estão cantando a morte e a prisão.
Moças fatigadas se entregam, soldados se matam
No centro da cidade vencida.
Resisto e penso
numa terra enfim despojada de plantas inúteis,
num país extraordinariamente, nu e terno,
qualquer coisa de melodioso,
não obstante mudo, 
além dos desertos onde passam tropas, dos morros
onde alguém colocou bandeiras com enigmas,
e resolvo embriagar-me.

Já não dirão que estou resignado

e perdi os melhores dias.
Dentro de mim, bem no fundo,
Há reservas colossais de tempo,
Futuro, pós-futuro, pretérito,
Há domingos, regatas, procissões,
Há mitos proletários, condutos subterrâneos,
Janelas em febre, massas da água salgada, meditação e sarcasmo.

Ninguém me fará calar, gritarei sempre

que se abafe um prazer, apontarei os desanimados,
negociarei em voz baixa com os conspiradores,
transmitirei recados que não se ousa dar nem receber,
serei, no circo, o palhaço,
serei, médico, faca de pão, remédio, toalha,
serei bonde, barco, loja de calçados, igreja, enxovia,
serei as coisas mais ordinárias e humanas, e também as excepcionais:
tudo depende da hora
e de certa inclinação feérica,
viva em mim qual um inseto.

Idade madura em olhos, receitas e pés, ela me invade

com sua maré de ciências afinal superadas.
Posso desprezar ou querer os institutos, as lendas,
descobri na pele certos sinais que aos vinte anos não via.

Eles dizem o caminho,

embora também se acovardem
em face a tanta claridade roubada ao tempo.
Mas eu sigo, cada vez menos solitário,
em ruas extremamente dispersas,
transito no canto homem ou da máquina que roda,
aborreço-me de tanta riqueza, jogo-a toda por um número de casa,
e ganho.


Carlos Drumond de Andrade

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Mudança de Rumo

Quando vc se encontra em um lugar desagradável, que lhe incomoda, o usual é mudar de posição para outra mais confortável.
A doença é parecida. É como um aviso de que se está trilhando por um caminho equivocado e é necessária uma reviravolta para acertar os rumos da viagem. Não há possiibilidade de cura completa sem mudança íntima e que acaba por se refletir externamente.
E é justamente a reflexão sobre atos e caminhos tomados, que vai torná-lo consciente das escolhas feitas, estimulando a seguir por uma nova estrada cujo destino é a saúde e a felicidade.
Que



tenhamos consciência de que custará muito menos mudar, a experimentar o sofrimento do comodismo. Nenhum processo de cura se estabelece sem duas condições indispensáveis: consciência e mudança.

Vamos lá; nunca é tarde!


Baseado em texto de José Carlos De Lucca

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cuidadores: o que são? Eu preciso?

Olá,
Todos nós convivemos com uma sigla que desconhecemos: AVD'S (atividades de vida diária). São coisas simples que nem notamos, tais como nos alimentar, vestir, cuidar de nossa higiene, andar sem auxílio. Com o envelhecimento, muitas dessas funções ficam comprometidas, mesmo que parcialmente.
Não é vergonha admitir que precisamos de um braço forte nos amparando na rua; ou alguém para nos ajudar com o preparo de alimentos ou com o nosso processo de vestir. Isso não nos torna inválidos, tampouco moribundos, como algumas pessoas pensam.
Muitas vezes, precisamos de auxílio na recuperação de uma cirurgia, de um acidente doméstico que provocou uma fratura ou temos uma casa tão grande que não damos conta do controle da mesma. Aí entram os cuidadores.
Eles podem ser iformais, quer dizer, algum parente, uma filha , ou netos a nos ajudarem. Mas os dias de hoje, que mudaram radicalmente as relações sociais, fazendo com que a mulher tenha que enfrentar também o mercado de trabalho, fez com que outra classe de cuidadores aparecessem: os formais.
São profissionais treinados para a tarefa do cuidar. Não são enfermeiros, nem família, mas desempenham papel semelhante. Ainda há todo um tabu envolvendo essas pessoas. Que só devem ser chamadas em último caso, quando as pessoas estão acamadas. Não é verdade. Justamente, até para evitar esse estágio, é importante identificar quando o idoso começa a ter dificuldades nas suas AVD'S. Nesse momento, já é a hora de procurar ajuda e ampará-lo, antes que fatos mais graves ( como quedas ) aconteçam e piorem o estado das coisas.
Hoje, há cursos específicos para a formação, treinamento e atualização destes profissionais. Quebrar resistências e barreiras, rompendo preconceitos, só ajudam. Fica a dica!

quarta-feira, 30 de julho de 2014